Cirurgião dentista e a importância
do seu trabalho em UTIs

A saúde bucal em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) tem sido uma pauta discutida pelo CFO (Conselho Federal de Odontologia) que, inclusive, tenta aprovar o projeto de lei no Senado Federal, que tornaria obrigatória a presença de um cirurgião-dentista em cada UTI para que seja possível que os cuidados bucais dos pacientes internados continuem.

A importância da presença deste profissional dá-se principalmente ao fato de que os pacientes internados em UTIs já estão com sua saúde debilitada e expostos à infecções e os dois somados a uma saúde bucal inapropriada pode agravar ainda mais o quadro clínico destes pacientes.

A falta de higiene bucal nos pacientes que já estão debilitados e muitas vezes com fluxo salival reduzido, pode culminar em doenças como endocardites e Pneumonia Nosocomial, sendo que nesta última, nas unidades de terapia intensiva o risco de desenvolvimento é de 10 a 20 vezes maior, o que não é interessante, considerando que aumenta a morbidade, mortalidade, além de ser uma doença de alto custo.

A interação entre Medicina e Odontologia nestes casos pode trazer uma recuperação mais rápida para os pacientes, além de prevenir doenças relacionadas à saúde bucal que nem sempre terão que ser tratadas por cirurgiões-dentistas. Apesar disso, a presença deste profissional em UTIs ainda é muito escassa mesmo em hospitais com equipes multidisciplinares.

Por fim, para atuar no ambiente hospitalar, é necessário que o profissional seja habilitado em Odontologia Hospitalar para ter uma melhor avaliação e tratamento das condições de saúde bucal dos pacientes hospitalizados.

Ter um profissional habilitado, além de reduzir tempo de internação e medicamentos utilizados pelos pacientes é uma opção de baixo custo, por agir no nível primário que é o da prevenção, sendo simples, viável e de extrema importância que garante vantagens tanto para o hospital quanto para seus pacientes.